terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Psicologia Analítica e o Construtivismo


Uma outra teoria psicodinâmica que explica o desenvolvimento humano é a Psicologia Analítica, de Carl Gustar Jung. A psicologia analítica é considerada teleológica, ou seja, acredita que o desenvolvimento da personalidade ocorre ao longo da vida, que esta não fica pronta logo na infância.

Jung classificou o inconsciente em Inconsciente Pessoal (ou Individual) e Inconsciente Coletivo. O Inconsciente Pessoal ou Individual é aquela camada mais superficial de conteúdos, cujo marco divisório com o consciente não é tão rígido. O inconsciente coletivo é aquela camada mais profunda da psique e constitui-se dos materiais que foram herdados da humanidade. É nesta camada que existem os traços funcionais como se fossem imagens virtuais, comuns a todos os seres humanas e prontas para serem concretizadas através das experiências reais. É nessa camada do inconsciente que todos os humanos são iguais. Jung chamou de arquétipos a estes traços funcionais do inconsciente coletivo, que são justamente os automatismos desenvolvidos pela psique.

Existem também as teorias psicogenéticas que explicam o desenvolvimento da mente humana. Ela se subdivide em duas vertentes: o Construtivismo e a Sócio-Construtivista. Veremos hoje a primeira vertente, o Construtivismo, de Jean Piaget. Piaget divide os períodos do desenvolvimento humano de acordo com aquilo que o ser humano desenvolve de melhor nessas faixas etárias. O início e o término de cada período dependem dos fatores biológicos, sociais e educacionais do indivíduo.

Período sensório-motor (0 a 2 anos): a criança desenvolve uma inteligência muscular. Quando a criança nasce, a única estrutura mental que a criança tem são os reflexos. No período sensório-motor o desenvolvimento intelectual da criança é enorme. A criança desenvolve uma inteligência motora a partir de seus reflexos, a fim de coordenar seu corpo.

Período pré-operatório ou primeira infância (2 a 7 anos): a criança desenvolve a linguagem e esta linguagem gera o pensamento, o que irá acarretar modificações em seus aspectos intelectual, afetivo e social. Nesse período, a criança vê o mundo do seu jeito e não o percebe como ele realmente é. Piaget chama essa fase de animismo, pois a criança tende a dar uma alma, uma intenção a objetos inanimados. O desenvolvimento neurofisiológico é completo, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a escrita.

Período operatório concreto ou segunda infância (7 a 12 anos): a criança desenvolve o pensamento lógico e reversível, mas não tem capacidade de abstração. No aspecto afetivo, ocorre o aparecimento da vontade como qualidade superior e que atua quando há um conflito.

Período operatório formal ou adolescência (12 anos em diante): o adolescente desenvolve o pensamento abstrato. A contestação é a marca desse período, em que o adolescente se coloca no centro de tudo (egocentrismo intelectual), pois tem a capacidade de argumentação e acredita que sabe mais do que os outros. No aspecto afetivo, o adolescente vive conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele.

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